quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

A VERDADE SOBRE O ROMBO DO INSS...... O único sistema previdenciário que se paga é o RGPS dos trabalhadores urbanos. Entenda o raciocínio: O RGPS é constituído por diversas fontes de receitas e diversos tipos de aposentadorias e benefícios. Para entende-lo melhor precisamos vê-lo como uma cebola, cheio de cascas e fatias e o pior, é que tem partes invisíveis e ocultas. É preciso abrir e clarear as coisas! De acordo com artigo 195 da CF/88 todo dinheiro que sustenta o RGPS (que é Regime Geral de Previdência Social) vem dos trabalhadores rurais e urbanos (autônomos, individuais, empregados das empresas, domésticas e as próprias empresas); parte da arrecadação das loterias; parte da CSSL/PIS/COFINS, parte do Imposto de Importação e só eventualmente, se necessário, do Tesouro Nacional. Tudo isso somado a arrecadação chega na casa dos 700 bilhões por ano. Desse montante, paga-se cerca de 500 bilhões/ano de aposentadorias, pensões, auxílios, bpc-benefício de prestação continuada, sentenças judiciais, comprev, renúncias fiscais etc. Daí, no confronto das contas vemos que sobram 200 bilhões/ano. Contudo, o Governo faz uma pegadinha: usa a DRU (desvinculação da receita da União) para remanejar parte desse dinheiro sem contabilizar a entrada no RPGS, e jogar em outras contas para gastar como quiser. Então o valor de 700 bilhões/ano murcha para 500 bilhões/ano. Mesmo assim temos um empate, pois arrecada 500 bilhões e gasta-se 500 bilhões. Mas o Governo ainda usa de outras artimanhas para falar em rombo, ou seja: mistura todas as contas, que agora vamos tentar dividir e destrinchar: A receita com os contribuintes privados (cerca de 80 milhões de pagantes) é de cerca de 200 bilhões de reais/ano, enquanto as despesas com essas aposentadorias e benefícios dos privados (33 milhões de aposentados), é de cerca de 200 bilhões/ano. Bingo! Este setor das aposentadorias privadas é auto suficiente e se paga. Já as aposentadorias dos rurais arrecada cerca de 8 bilhões/ano, mas consome 108 bilhões/ano para pagar cerca de 7 milhões de aposentados rurais, ou seja: tem um déficit de cerca de 100 bilhões por ano. As aposentadorias especiais, anistiados políticos, esqueletos, BPC-benefício de prestação continuada, pensão por morte, auxílios, licenças remuneradas, compensações, sentenças judiciais, bolsas e demais penduricalhos, consomem os outros 200 bilhões/ano, sendo este o setor mais nebuloso do RGPS, pois está tudo junto e misturado numa verdadeira “caixa preta”. Então veja bem: o setor dos Urbanos a coisa está clara, pois arrecada 200 bilhões e paga 200 bilhões/ano. Já os rurais tem um déficit de 100 bilhões. Já as despesas com a outro setor que é uma “caixa preta” consome cerca de 200 bilhões/ano, de forma muito nebulosa. Então o que o Governo faz? Mostra para a população que a arrecadação real do RGPS foi de apenas 300 bilhões/ano pagos pelos contribuições mensais (dos salários dos trabalhadores urbanos e rurais mais os pagamentos das empresas mais cofins e loterias) e afirma que as despesas foram de 500 bilhões, ou seja: faz desaparecer, contabilmente, 400 bilhões do Sistema e daí indica que o sistema tem um déficit de 200 bilhões/ano. Qual a causa disso? É o interesse dos Governantes, lobistas e empreiteiras para liberar o dinheiro carimbado do INSS (cerca de 200 a 300 bilhões/ano), para usar como quiser, e deixar os pagamentos das aposentadorias, exclusivamente, com as contribuições mensais que o trabalhador paga. Assim, a nossa Previdência Social necessita mesmo de uma reforma. Mas de uma reforma que toque na ferida, vasculhando as falcatruas e separando o joio do trigo, carimbando de forma clara, cada recurso que sai para os pagamentos das aposentadorias dos anistiados, dos congressistas, dos esqueletos, dos bpc, dos rurais, da manutenção, das despesas com dirigentes, assessores e consultores, aparelhamentos, fraudes, corrupção e aposentadorias de favores. Esta sim, será uma reforma bem-vinda! Afinal estamos falando de uma montanha de 700 bilhões de reais, com pelo menos 300 bilhões muito nebulosos!

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