sexta-feira, 15 de abril de 2011

OS RICOS FUNDOS ESTATAIS E O POBRE DO INSS - FALA GARIBALDI ALVES



BRASÍLIA - Um clima de "saia justa" foi criado hoje pelo ministro da Previdência Social, Garibaldi Alves Filho, ao dar posse ao novo diretor da Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), José Maria Rabelo.

A uma plateia cheia de dirigentes dos maiores fundos de pensão do país, Garibaldi disse que "o Brasil é um país injusto" por ter um sistema previdenciário "rico e outro pobre".

"Um país que tem uma previdência complementar com capital de R$ 536 bilhões para atender 2,7 milhões de pessoas é um país injusto, porque tem de outro lado uma previdência geral deficitária em R$ 42 bilhões com 24 milhões de pensionistas", disse o ministro, citando números de 2010.

Ao invés de falar sobre a situação dos 369 fundos que administram 1.113 planos de previdência complementar, com patrimônio equivalente a 17% do PIB, o ministro disse que sentia "um desalento" pelas diferenças dos regimes previdenciários do país.

Ele contou que, "por distorções de vantagens concedidas a grupos de servidores, a previdência do funcionalismo público teve déficit de R$ 52 bilhões ano passado para pagar aposentadorias a 950 mil beneficiários".

"Que Brasil é esse que permite uma injustiça dessas? Perguntou ele à plateia, visivelmente constrangida. "Preciso defender a prima pobre da previdência", continuou, em referência aos 24 milhões de beneficiários da iniciativa privada, abrigados no INSS.

Depois da cerimônia, o presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), José Mendonça, justificou o ministro. "A comparação é verdadeira, mas o primo pobre poder ser rico, bastando que tenha a mesma chance de contribuir para uma aposentadoria complementar", afirmou.

Ex-vice-presidente de Negócios Internacionais e Atacado do Banco do Brasil, Rabelo assumiu o comando da entidade reguladora dos fundos de pensão afirmando que vai trabalhar para pacificar as relações entre as fundações.

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